segunda-feira, 7 de março de 2011

ALEGRIAS E @LEGRIAS DE CARNAVAL: uma Teoria Foliã

"As cores falam todas as línguas" (Joseph Addison)
          E tocam os primeiros acordes, a percussão e os tamborins. É ao som do frevo, maracatu, axé e samba que há anos pobres e ricos, brancos e negros, homens e mulheres se entregam a milenar festa chamada Carnaval.
Esta festa de origem pagã surgiu na Grécia antes de Cristo, e se destinava ao culto de deuses em agradecimento a fertilidade do solo e pela produção. Tempos depois, a festa passou a ser comemorada por gregos e romanos, nos moldes de hoje, regada pelo consumo de bebidas alcoólicas e práticas sexuais. Por isso, durante anos, a festa foi considerada intolerável aos olhos da Igreja que mais tarde veio a adotá-la como período que antecede a Quaresma, na qual os católicos se abstêm de carne.
A forma de comemorar a festividade esteve atrelada aos costumes da localidade e da época, de modo que o carnaval contemporâneo, com desfiles e fantasias, é fruto da sociedade vitoriana, no século XIX.
E as máscaras? Sabe-se que durante o renascimento, por volta do século 15, acontecia em Veneza a primeira manifestação popular na qual a máscara era um recurso para disfarce, essa festa foi chamada de Bell Masquê. Criticamente, alguns relatos também mostram que nem sempre o carnaval agregou, ao contrário, era justamente a diferenciação estratégica da indumentária e das formas de comemorar capaz de segregar povos e etnias.
O carnaval brasileiro data do século XVII, e surge como uma homenagem ao Rei Dom João IV. O promoter da festa? O então Governador da capitania do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides.
            No entanto, porque historiar o carnaval? Para refletirmos sobre ele, claro! Sem dúvida, também do ponto de vista histórico, o carnaval é a festa da pluralidade, das cores, do movimento, da criatividade dos seres. É dito, como o momento de mascarar e se multifacetar, sempre embalado a sons contagiantes.
Entretanto, estamos em março de 2011 às prévias do carnaval brasileiro e, onde estão as letras das músicas? As fantasias para colorir, ao invés de machucar, como no mela-mela do carnaval de algumas cidades? Os grupos familiares, segregados da festa pela bebedeira e violência?
Realmente, em tempos que se tem Eguinha Pocotó fazendo Fricote e querendo ser beijada à força para sentir O Pinto do rapaz, ao som do Créu e Rebolation, pois, a onda agora é Namorar Pelado. Pergunto: Temos ou não que parar e refletir?
De fato, em alguns lugares, conseguiram a façanha de empobrecer a cultura carnavalesca, mas, ainda há tempo!
É possível configurar a história da próxima semana com um carnaval responsável, alegre e repleto de saúde.
É possível beber com moderação, fazer sexo seguro e não dirigir em caso de consumo de bebida alcoólica.
É possível ser autor do carnaval da paz, do respeito ao próximo e da tranquilidade.
É possível entrar em contato com os pais, avós e amig@s, com um pouco mais de 30 anos, para recordar as velhas marchinhas de carnaval.
Sim, é completamente possível pular esse carnaval de coração aberto não para matar, mas, para viver; não para brigar, mas, para pedir desculpas; não para roubar, mas, para “fazer um extra” vendendo máscaras e alegorias; não para chorar, mas, para sorrir e contagiar o mundo a sua volta com o Carnaval da Sabedoria. À Folia!

REFERÊNCIAS


FAVA, A. R. O Fascínio das Mascaras. Jornal da Unicamp, Campinas, jun/2001, Ano XV, N. 163. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/jun2001/unihoje_ju163pag20.html. Acesso em: 01 de mar de 2011.


SCHUMANN. M. As máscaras e o carnaval. Disponível em: http://gramadosite.com.br/cultura/cultura/mariana/id:7418. Acesso em: 24 de fev de 2011.

XAVIER, C. V.; MAIA, C. E. S. A diversidade dos carnavais no Brasil: sobre fantasias e abadás. Rev. ArtCultura, Uberlândia, v. 11, n. 19, p. 209-222, jul.-dez. 2009.

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