sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Posse - Teoria do (RE)começo

"A liberdade de eleição permite que você escolha o molho com o qual será devorado."
Eduardo Galeno.

Eis o inicio do tão esperado novo ano, com uma primeira semana movimentada e marcada por posses. São 5.568 municípios mais uma vez entregues à representantes (pseudo)democraticamente eleitos, prefeitos e vices.

De fato, uns bem principiantes como o Pacheco, a Valéria, o Pinheirinho, o Divaldo. Outros nem tanto, aliás bem experientes, como os eleitos no Vale do Paraíba.

Os vereadores?

Há cidade com apenas 9 eleitos (Borá-SP) e no mesmo estado desta cidade também foram empossados 55 voluntários no legislar em favor do próximo.

Com dúvidas, ou sem dúvida? Deixa pra lá, melhor não entrar no mérito dessa questão. Aliás, falei em mérito?

Pois bem, seriam merecedores de mais um mandato os distintos legisladores de uma grande cidade do nosso país, que reelegeu mais da metade da bancada (24), sendo 16 destes autores da relevante lei que aumentava o exímio e simbólico salário dos mesmos?

O povo disse: SIM! E a esses nobres brasileiros eleitos mais uma vez está sendo legado o poder.

Para trazer paz aos becos e esquinas. Saúde aos enfermos ainda enfileirados, mas, tão bem cuidados por um rol tão pouco valorizado. Educação de base, bem estruturada e de qualidade às crianças, jovens e, ainda adultos iletrados. E por que não tetos, chãos, paredes e jardins a um povo tão esperançoso que acredita no porvir.

Esperança? Como é o ato de esperar. Não poderia deixar de satirizar, então parafraseando Irmã Zuleide: #OREMOS.

Sim. Ó como tão fraca, repleta de lacunas e pontos embaçados parece estar a memória brasileira. E, pasmem, em pleno século XXI, não encontrei um artigo, periódico ou livro sequer que explique biologicamente o que acontece com os cérebros desta nação.

Sociologicamente, só consigo lembrar do grande Chico:
[…]
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
[...]
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo…

Assim, nem me atrevo a traçar conclusões, ou pior desprender aqui palavras, citações ou versos para em lições moralizar, pois, sábio é o dito, autenticamente, POPULAR que diz: o que não tem remédio, remediado está.

Até a próxima.