terça-feira, 22 de março de 2011

AO AVERSO: uma Teoria Desperta

"Onde acaba o amor têm início o poder, a violência e o terror" CarlJung


          Já passou horas tentando dormir e não conseguiu, pois, seus pensamentos só giravam em torno de um problema? E, esse problema, era grande, pequeno, ou até irrisório, mas, preocupante? Talvez concorde que é muito difícil fechar os olhos e relaxar diante das adversidades. Logo, devo confessar que estou num desses dias. Qual o tamanho do meu problema?
Ele é do tamanho do mundo, aliás, do tamanho do Universo. NOSSA! Não consigo deitar a cabeça sobre o travesseiro sem parar de pensar nas avassaladoras catástrofes que a humanidade vem passando e nessa perspectiva o Japão, por vezes, parecer ter sido a gota d’água. O pior? Não o foi.
Há anos que as pessoas estão matando, roubando, deixando de amar.
Há anos que a natureza insiste em mostrar quem manda no Universo, inclusive, parece que as leis não são essencialmente naturais por acaso. Toda ação, de fato, tem uma reação.
Deveras, é de impressionar a forma como as coisas estão acontecendo tudo acontece rapidamente, cada vez em maior freqüência e intenso grau de gravidade.
Claro! Para quê pensar em amanhã se parece que a qualquer momento ele pode não vir a existir?
Existe uma pergunta que sempre pairou sobre o pensamento humano: quando e como será o fim do mundo? Acredito que para alguns essa pergunta já foi respondida.
Não vim para trazer teorias bíblicas ou religiosas, mas, tenho que concordar os tempos estão críticos e difíceis de manejar, porém, o que fazer?
Ajudar? É um passo...
Respeitar a natureza? Pode ser outro...
Amar verdadeiramente o próximo? Temos que, ao menos, tentar...
Essa situação me faz recordar o filme 12 Homens e uma Sentença no qual uma vida se coloca a ponto de ser ceifada por falta de argumentação, empatia, ou problematização dos fatos apresentados.
Como tudo foi resolvido? Com debate e embate; mediante confronto de valores, de idéias; Através da real necessidade e desejo de mudança.
Assim, como agir? Fica a reflexão em meio a devaneios e noticias, e histórias, e palavras sem fim. Fica o momento de parar e repensar, ou melhor, ao menos pensar quem somos e para onde vamos nesse mundo ao averso.

segunda-feira, 7 de março de 2011

ALEGRIAS E @LEGRIAS DE CARNAVAL: uma Teoria Foliã

"As cores falam todas as línguas" (Joseph Addison)
          E tocam os primeiros acordes, a percussão e os tamborins. É ao som do frevo, maracatu, axé e samba que há anos pobres e ricos, brancos e negros, homens e mulheres se entregam a milenar festa chamada Carnaval.
Esta festa de origem pagã surgiu na Grécia antes de Cristo, e se destinava ao culto de deuses em agradecimento a fertilidade do solo e pela produção. Tempos depois, a festa passou a ser comemorada por gregos e romanos, nos moldes de hoje, regada pelo consumo de bebidas alcoólicas e práticas sexuais. Por isso, durante anos, a festa foi considerada intolerável aos olhos da Igreja que mais tarde veio a adotá-la como período que antecede a Quaresma, na qual os católicos se abstêm de carne.
A forma de comemorar a festividade esteve atrelada aos costumes da localidade e da época, de modo que o carnaval contemporâneo, com desfiles e fantasias, é fruto da sociedade vitoriana, no século XIX.
E as máscaras? Sabe-se que durante o renascimento, por volta do século 15, acontecia em Veneza a primeira manifestação popular na qual a máscara era um recurso para disfarce, essa festa foi chamada de Bell Masquê. Criticamente, alguns relatos também mostram que nem sempre o carnaval agregou, ao contrário, era justamente a diferenciação estratégica da indumentária e das formas de comemorar capaz de segregar povos e etnias.
O carnaval brasileiro data do século XVII, e surge como uma homenagem ao Rei Dom João IV. O promoter da festa? O então Governador da capitania do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides.
            No entanto, porque historiar o carnaval? Para refletirmos sobre ele, claro! Sem dúvida, também do ponto de vista histórico, o carnaval é a festa da pluralidade, das cores, do movimento, da criatividade dos seres. É dito, como o momento de mascarar e se multifacetar, sempre embalado a sons contagiantes.
Entretanto, estamos em março de 2011 às prévias do carnaval brasileiro e, onde estão as letras das músicas? As fantasias para colorir, ao invés de machucar, como no mela-mela do carnaval de algumas cidades? Os grupos familiares, segregados da festa pela bebedeira e violência?
Realmente, em tempos que se tem Eguinha Pocotó fazendo Fricote e querendo ser beijada à força para sentir O Pinto do rapaz, ao som do Créu e Rebolation, pois, a onda agora é Namorar Pelado. Pergunto: Temos ou não que parar e refletir?
De fato, em alguns lugares, conseguiram a façanha de empobrecer a cultura carnavalesca, mas, ainda há tempo!
É possível configurar a história da próxima semana com um carnaval responsável, alegre e repleto de saúde.
É possível beber com moderação, fazer sexo seguro e não dirigir em caso de consumo de bebida alcoólica.
É possível ser autor do carnaval da paz, do respeito ao próximo e da tranquilidade.
É possível entrar em contato com os pais, avós e amig@s, com um pouco mais de 30 anos, para recordar as velhas marchinhas de carnaval.
Sim, é completamente possível pular esse carnaval de coração aberto não para matar, mas, para viver; não para brigar, mas, para pedir desculpas; não para roubar, mas, para “fazer um extra” vendendo máscaras e alegorias; não para chorar, mas, para sorrir e contagiar o mundo a sua volta com o Carnaval da Sabedoria. À Folia!

REFERÊNCIAS


FAVA, A. R. O Fascínio das Mascaras. Jornal da Unicamp, Campinas, jun/2001, Ano XV, N. 163. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/jun2001/unihoje_ju163pag20.html. Acesso em: 01 de mar de 2011.


SCHUMANN. M. As máscaras e o carnaval. Disponível em: http://gramadosite.com.br/cultura/cultura/mariana/id:7418. Acesso em: 24 de fev de 2011.

XAVIER, C. V.; MAIA, C. E. S. A diversidade dos carnavais no Brasil: sobre fantasias e abadás. Rev. ArtCultura, Uberlândia, v. 11, n. 19, p. 209-222, jul.-dez. 2009.