terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A2 (TEORIA DA CONVIVÊNCIA)

O que fazer quando se sente muita raiva? Uns diriam ler, outros escrever, ou até gritar. Sempre optei por escrever, mas, e se os sentimentos já foram sentidos antes e você vai escrever as mesmas coisas que já depositou em papéis outrora? Aí é que está a confusão.
Certa vez disseram: escreve um texto com o título A2. Na hora achei a idéia maravilhosa e logo pensei num dia de felicidade plena ao lado da pessoa que ama onde o texto nada mais seria que a tradução de um sentimento profundo de plenitude e realização. Nossa! Quanto romantismo em tão poucas linhas. Mas, não posso deixar de ser, afinal romântico é manter o estado de graça mesmo diante das dificuldades, para superá-las com maestria.
Entretanto, aqui estou a escrever A2 na perspectiva da difícil e, muitas vezes, desestimulante vida conjugal. De fato, quando escolhemos viver a dois nem sempre dimensionamos o significado dessa relação, que é deveras, social.
Talvez, mais fácil seria se me fizesse um tanto weberiana e racionalizasse. Claro! Porque ao invés de casamento, não chamar sociedade? Ou, principalmente, encará-la como tal? Com o sócio tenho relações financeiras, práxicas e até sentimentais, se forem de interesse e para isso não preciso estar com ele todos os dias, pois, posso mandar e-mail, mensagem, fax. Logo, é possível utilizar qualquer meio de comunicação que não implique olhar, falar, ouvir, enfim, estabelecer contato físico formal ou informal.
Inclusive, com o sócio, as relações também podem ser estritamente numéricas e, em caso, de alguma discordância ou objeção das partes podemos chamar os nossos advogados sem que isso seja sinônimo de separação.
Pois é, pelo visto viver A2 pode ser como esse texto cheio de superficialidade e inconclusões e, mesmo assim, ainda ter uma razão de ser. 

4 comentários:

  1. A convivência A2 é de fato uma tarefa constante. Pensamentos por vezes divergentes, por vezes convergentes... É preciso saber a importância do limite de cada um para que a convivência, em sociedade, seja de fato um belo momento de vida.

    ResponderExcluir
  2. rapaz... nunca tinha pensado assim!!! gostei das suas teorias Juanita! escreva mais :)

    ResponderExcluir
  3. Entre o A e o 2 um universo de possibilidades. Pensar uma relação por diversas óticas nos remete o quanto é complexo e fascinante esse eterno jogo de descobertas, isso até que uma das partes se canse, ou ache enfadonho o dinâmico exercício de descobrir aquilo que no fundo já se sabe. Au revoir.

    ResponderExcluir
  4. Ao ler sua teoria, questionei:
    - Toda sociedade é um casamento, mas nem todo casamento é uma sociedade.
    ou
    - Todo casamento é uma sociedade, mas nem toda sociedade é um casamento.
    O que acha de descorrer sobre isso?

    ResponderExcluir